Os familiares do estudante cearense José Fernandes Castelo, 19, que morreu na noite do dia 13 de abril deste ano, após furar uma barreira policial, ser perseguido, baleado e morto, acompanharam todo o trabalho de reconstituição da ação. A simulação da ação aconteceu na noite de terça-feira, 28, e foi feito obedecendo rigorosamente todo o trajeto percorrido pelo estudante e pelos policiais envolvidos na operação.
O trabalho foi coordenado pelo delegado titular da Delegacia Especializada em Homicídios de Mossoró (DEHOM), Roberto Moura, e pelo comandante do 2º Batalhão de Polícia Militar de Mossoró, tenente-coronel Francisco Alvibá. Os policiais que participaram da ação na noite do dia 13 foram convocados para participar da simulação, porém, amparados por lei, não compareceram.
A simulação foi realizada por uma equipe de peritos do Instituto Técnico-científico de Polícia (ITEP) e contou com a participação de policiais civis, militares, Departamento Estadual de Trânsito. O trabalho teve início na Avenida Dix-neuf Rosado (Leste-Oeste), onde estava a barreira policial na noite do dia 13 de abril, e onde também teve início a uma perseguição que durou cerca de 1 hora parando com o estudante baleado no bairro Doze Anos.
A reprodução foi solicitada pelo delegado titular da Dehom, Roberto Moura, responsável pela condução do inquérito policial que apura a morte do estudante. Segundo o delegado, a reconstituição será importante para a conclusão do trabalho de investigação, que segundo o delegado servirá para tirar algumas dúvidas. “Muito foi comentado sobre a morte do estudante, mas é preciso concluir o inquérito para então se chegar a uma conclusão, mesmo porque a polícia trabalha com provas e é isso que estamos buscando”, explicou.
DECLARAÇÃO – Uma prima do estudante José Castelo, Graça Rocha, que veio para Mossoró juntamente com os pais do estudante para acompanhar a simulação, declarou que a família está inconformada com o que aconteceu. Segundo ela, o sentimento de toda a família de revolta e o que todos esperam é que seja feita justiça. “O que nós esperamos é seja feita justiça porque a vida de um jovem foi ceifada e o nosso desejo é que os policiais responsáveis por isso paguem pelo despreparo deles”, declarou.
Os familiares de José Castelo ficaram concentrados no local onde o estudante foi baleado na Rua Vicente Fernandes, bairro Doze Anos. Com faixas e banners exibindo pedidos de justiça e usando camisetas com foto do estudante, os familiares realizaram um manifesto pacífico e silencioso.
RELEMBRE O CASO - Depois de percorrer várias ruas de Mossoró, o veículo pilotado pelo estudante só parou depois que teve um dos pneus furados e o condutor baleado nas costas com disparo de arma de fogo. O carro pilotado por José Fernandes Castelo era um Honda Civic de cor preta com placas de Fortaleza. O relatório mostra também que o automóvel foi atingido por oito disparos, sendo um no pneu traseiro direito e os demais na parte traseira da lataria.
Um dos tiros atingiu a lanterna traseira esquerda, passou pelo banco traseiro, transfixou o assento do motorista e acertou as costas de José Fernandes. Ele ainda chegou a ser socorrido e levado para o Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), mas não resistiu aos ferimentos e morreu na sala de cirurgia da unidade.
Fonte: Gazeta do Oeste