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terça-feira, 10 de agosto de 2010

Grupo de extermínio mata jovens em Felipe Camarão

A adolescente de 15 anos que testemunhou o duplo homicídio registrado na noite de domingo, na rua Felipe Camarão, no bairro de mesmo nome, não tem dúvidas de quem foram os autores do crime. “Foi um grupo de extermínio, com certeza”, afirmou a jovem que viu os estudantes Júlio Henrique Paulino da Silva, 21, e Rafael dos Santos, 16, serem assassinados dentro de casa, por volta das 23h30, por quatro homens armados, encapuzados e vestindo blusões pretos, calças escuras e coturnos, semelhantes aos utilizados pelos policiais militares.

Adriano Abreu
Duplo homicídio dos rapazes aconteceu numa casa na rua Felipe Camarão, no bairro de mesmo nomeSegundo a adolescente, ela estava bebendo com quatro amigos e, entre eles, estavam Rafael, chamado por ela de Negão, e Júlio Henrique, o mais velho do grupo e conhecido como Bigodinho. “Aí, eles chegaram arrombando a porta e o primeiro tiro que deram foi no cachorro, que ficou latindo para eles. Deram dois tiros na cabeça dele e o mataram na hora. Depois, mandaram todo mundo deitar no chão e nos revistaram. Pegaram Negão e Bigodinho e levaram lá para fora, para matá-los. Os dois foram pedindo para não morrer, mas não teve jeito”, contou a jovem.

Outro adolescente, de 14 anos, que estava no local, afirmou que todos os integrantes do bando estavam armados, com pistolas ou espingarda calibre 12. O primeiro a morrer, foi Júlio Henrique, atingido por um tiro de 12 na cabeça. Rafael morreu depois, baleado por tiros de pistola. “Antes de matá-los, eles perguntaram onde estava o cordão de ouro e a arma, mas a gente não sabia de nada. Então mataram eles e ainda disseram que iriam voltar para pegar a gente”, contou.

Depois do homicídio e de ficar no local, segundo os jovens, por aproximadamente uma hora, o grupo de bandidos fugiu utilizando um Fiat Uno Mille branco. “Eles pareciam ser policiais. Estavam todos encapuzados e usando calças que pareciam as calças da Polícia Militar”, contou o adolescente. “Antes de fugir, eles ainda levaram o aparelho de mp3 que a gente estava ouvindo”, disse a garota.

As testemunhas do homicídio negaram que tivessem envolvimento com drogas ou com a prática de assaltos na região. No entanto, nem todos os moradores acreditam neles. “Esses garotos vivem se reunindo para usar drogas”, acusou uma vizinha da casa que foi invadida. Além dela, o próprio pai de Rafael – nome preservado – confirmou o envolvimento do rapaz com drogas. “Ele estava nisso já fazia um tempo. Fumava e cheirava. Não tinha trabalho e já havia abandonado os estudos. Por isso, acredito que ele fizesse ‘coisas erradas’ para alimentar o vício”, afirmou o pai, que já tinha tentado várias vezes aconselhar o adolescente, mas sem sucesso: “ele preferia ouvir aquelas amizades erradas do que ouvir os pais”.

Até o momento, ninguém foi preso por envolvimento no duplo homicídio. As investigações serão feitas pela 14ª Delegacia de Polícia em Felipe Camarão.


Fonte: Tribuna do Norte

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