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domingo, 22 de maio de 2011

Dona de casa fala da dor de ver o companheiro morto pelo próprio filho

Um homicídio ocorrido no último final de semana chocou os mossoroenses. O ocorrido ganhou destaque em relação aos mais de 80 assassinatos registrados aqui na cidade desde o início do ano pelo fato de ter sido cometido pelo próprio filho da vítima, e por um motivo torpe.

O agricultor Lauro Luiz de Souza (72), mais conhecido como Zé Luiz, segundo definições de familiares e conhecidos, era um homem calmo, bom esposo e pai. Religioso, frequentava a Igreja Evangélica desde 1997 junto com a esposa, Maria José Alves de Souza (66), com quem compartilhou 49 anos de sua vida.

A reportagem do jornal O Mossoroense conversou com dona Maria, viúva do agricultor, que falou sobre a dor de ver sua família despedaçada por um fato que ela definiu como influência do mal.
O casal teve 18 filhos, sete com vida, quatro homens e três mulheres, levando uma vida simples na zona rural de Mossoró, no Sítio Melancias, tirando o sustento da agricultura.

Apesar de alguns conflitos normais à vida em família, dona Maria afirma que o seu esposo sempre buscou ensinar o melhor caminho para os filhos. "Ele soube ser um bom pai, criou todos os nossos filhos com educação, ensinou a trabalhar quando foram crescendo. Nenhum se formou, mas todos eram trabalhadores, pessoas de bem. Os pais não têm culpa se um filho decide seguir para um caminho errado", comenta.
Dona Maria ainda não consegue encontrar palavras para dizer o que está sentindo. Muito abalada, ela afirma que está vivendo duas dores. "Sofro por ter perdido meu esposo e por ter meu filho preso. É uma dor tremenda. Uma coisa que a gente não esquece em nenhum momento", explica.

José Júnio Alves de Souza (34) era o único filho do casal que frequentava a igreja com os pais. Segundo sua mãe, há seis meses, ele, que já havia sido evangélico, tinha voltado para a igreja e não estava bebendo.
A mãe acredita que o filho tinha problemas psicológicos, pois há dois anos passou um período de oito meses tomando um remédio tarja preta, e parou de tomar a medicação porque voltou a consumir bebidas alcoólicas. "Ele era uma pessoa ótima, mas quando bebia ficava muito agressivo", relata. Dona Maria nega que ele tenha envolvimento com drogas.

Ela conta que José Júnio chegou a discutir com o pai em algumas ocasiões, tempos atrás, quando estava sob o efeito de bebidas alcoólicas. No entanto, nos últimos meses, e mesmo no dia em que cometeu o crime, não havia discutido com o pai.

Há uma semana sem ver o filho, dona Maria espera que ele pague pelo crime que cometeu. "Quero que ele fique lá, até se arrepender do que fez, mas peço a Deus todos os dias que proteja meu filho, para que ele não sofra agressões na cadeia e não cometa suicídio", declara.

Emocionada, a mãe diz que por enquanto não quer ver o filho. "Nunca imaginei que um filho meu fosse capaz de matar o próprio pai de forma tão fria. Não sei por que isso aconteceu em minha vida. Talvez um dia eu queira encontrar com ele, mas agora não tenho vontade. Um dia, em Deus, vou perdoá-lo", diz dona Maria.

Os filhos de dona Maria Jane Cleide Alves de Souza (33) e Gilberlânio Alves de Souza (31), revoltados pela atitude do irmão, afirmam que também não tiveram contato com ele depois que foi preso e que não querem encontrá-lo. "Para mim, ele não existe mais. Acho que nunca vou conseguir perdoá-lo", explica o irmão.



Fonte: O Mossoroense

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