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quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Inquérito será concluído em dez dias

O ex-presidiário Wagner Gomes de Lima vai ser indiciado por tentativa de homicídio e homicídio qualificado praticado contra Ruthenio Antônio Wanderley Montenegro, 26 anos, e sua mãe Lúcia Maria Wanderley Montenegro, 56 anos. Mãe e filho foram esfaqueados na noite da segunda-feira, dia 7, na avenida Bernardo Veira, Quintas, depois de um suposto acidente ocasional de trânsito. O delegado de Homicídios, Roberto Andrade, informou que dentro de dez dias concluirá e remeterá à Justiça o inquérito criminal.

Ontem, ainda pela manhã, o mecânico de 36 anos foi transferido do Núcleo de Custódia da Polícia Civil, na Cidade da Esperança, para o Centro de Triagem do conjunto Pirangi, na Zona Sul de Natal. Um agente penitenciário que estava de plantão no Centro de Triagem chegou a dizer que "nenhum" diretor de presídio "estava querendo receber o preso", porque temia pela sua vida.
Ele contou que por se tratar de um crime de repercussão e que chocou a opinião pública, mesmo no Centro de Triagem o mecânico chegou a ser ameaçado de agressão pelos presos que aguardam remoção para o sistema prisional do Rio Grande do Norte. Em entrevista coletiva na Delegacia Geral da Polícia Civil, na manhã de ontem, o delegado Roberto Andrade, afirmou a intenção do mecânico era de matar a ex-mulher ou a pessoa que estaria com ela dentro do Palio, que ele começou a perseguir nas imediações da rotatória da avenida João Medeiros Filho, na Zona Norte de Natal.

Segundo Roberto Andrade na noite de segunda-feira, 7, o mecânico Wagner de Lima "provavelmente passava por um surto", pois estava perseguindo em seu Chevette um carro com as mesmas características do Palio branco em que supostamente estaria a ex-mulher Jenifer Vieira de Albuquerque, nome confirmado pelo próprio acusado. "Ele diz ter visualizado a ex-namorada com esse outro homem em um Palio, na zona Norte, com as mesmas características daquele no qual ele colidiu na Bernardo Vieira. Então passou a segui-lo", afirmou o delegado.

Segundo o delegado, o mecânico Wagner Gomes "perdeu de vista" o carro onde supostamente estaria sua ex-mulher, a qual confirmou que na noite do crime estava na casa de um parente na praia da Redinha e, portanto, não era passageira do Pálio abalroado na traseira pelo Chevette, que hoje se encontra apreendido em Nova Cruz, a 93 km de Natal e onde Gomes foi preso de anteontem na casa de um tio e a quem declarou que tinha ido para uma festa na cidade e dai seguiria para o Rio de Janeiro.

Roberto Andrade afirmou que o mecânico foi preso em flagrante delito, pois houve uma investigação continuada para prendê-lo, inclusive com a colaboração de uma pessoa que denunciou o paradeiro do mecânico, embora admita que muitos homicídios carecem de solução porque "a população não dá apoio devido" para ajudar a Polícia a desvendar o crime. Para o delegado geral da Polícia Civil, Fábio Rogério Silva, o que houve na noite do dia 7 "foi um ataque de fúria" do acusado, a ponto de cometer um crime "que chocou a todos nós" e "desestruturou toda uma família por um ato covarde".

O delegado Andrade ainda confirmou que o mecânico alegou ter fugido do local porque não tinha carteira de motorista e temia pela prisão em virtude de estar respondendo judicialmente pelo crime de estupro cometido em 2006.

Segundo o delegado, depois ele voltou ao local da colisão, o que considera premeditado, para matar "o tal amante" da ex-mulher, tendo confundido Ruthenio Montenegro com essa pessoa: "Ele nem lembra que esfaqueou a mãe do rapaz". Andrade disse que o Chevette ainda não está registrado no nome do mecânico no Departamento Estadual de Trânsito (Detran).

Mecânico tem um histórico de violência contra mulheres

Segundo o delegado de Homicídios, Roberto Andrade, Wagner Gomes de Lima tem histórico de violência contra mulheres que namorou, o que também foi confirmado por Jenifer Vieira Albuquerque, com que ele teve um relacionamento de oito meses "e o deixou justamente por ter apanhado dele".

O mecânico Wagner Gomes de Lima havia sido condenado por crime de estupro a 15 anos e quatro meses de reclusão em regime fechado, mas em 7 de fevereiro de 2011 foi beneficiado com a progressão de regime com parecer favorável do Ministério Público. Já a expedição da guia penal foi datada em 20 de outubro de 2012.

Na ocasião, o juiz da 12ª Vara da Comarca de Natal, Henrique Baltazar Vilar dos Santos concedeu progressão do regime semiaberto para o aberto por "excepcional comportamento carcerário", segundo informara o sistema prisional, depois de ele ter cumprido um sexto da pena de sua condenação, ocorrida antes de entrar em vigor a lei de crimes hediondos, que prevê, agora, a progressão de regime só depois de cumprimento de dois quintos da pena.

"Ele saiu em fuga, causando avarias no meu carro"

O vigilante Marcelo Morais voltou a prestar, na manhã de ontem, depoimento na Delegacia de Homicídios. Ele conduzia o Pálio que foi abalroado por trás pelo Chevette do acusado de ter esfaqueado mãe e filho na noite da segunda-feira, dia 7, na avenida Bernardo Vieira, Quintas. Em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, ele disse que achou que fosse uma batida normal de carro, como tantas que acontecem no trânsito da cidade.

No entanto, disse Marcelo, "no decorrer da situação, eu vi que ele estava desnorteado e vinha atrás de alguém, só que na confusão que ele fez, deve ter nos confundido com alguém e por sorte não cheguei a ser a vítima fatal da parte dele". Marcelo confirmou que, na confusão, chegou a pegar uma pedra para atirar contra Wagner, na tentativa de contê-lo. "Não sai em perseguição porque não deu, pois estava dando assistência à minha família", disse ele.

No carro com Marcelo, estavam a mulher e uma filha de seis anos. Ele contou que Wagner Gomes bateu duas vezes no carro Pálio dele. "Ele saiu em fuga arranhando lateral, quebrando o para-brisa, provocando várias avarias no meu carro".
Fonte: Tribuna do Norte

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