Custodiados do Complexo Prisional João Chaves, na zona Norte de Natal, realizaram na tarde desta terça-feira (23) motim na unidade prisional. O Tumulto aconteceu após um curto-circuito que atingiu as instalação da ala do semiaberto da unidade. A informação foi confirmada pelo major Tulio, comandante do BPChoque, que foi chamado ao local para fazer a intervenção.
Segundo ele, a agitação teve início após um curto-circuito que atingiu as instalações da unidade. "A informação que recebemos é que os presos tiveram que sair das celas por causa do curto e, quando tiveram que retornar, se recusaram e iniciaram o motim", relatou o major.
No entanto, a versão é rebatida por um apenado que está no local. O detento, que não quis ser identificado, conversou com a equipe de reportagem do portal Nominuto.com e denunciou o que, segundo ele, teria sido o verdadeiro motivo para a tentativa de rebelião.
De acordo com ele, os presos estão revoltados devido a maus tratos por parte dos agentes penitenciários que trabalham no local. O apenado denuncia que esses profissionais abusam da autoridade e agridem os presos sem motivo, inclusive utilizando sprays de pimenta.
A tensão teria sido iniciada há cerca de um mês, quando os presos, revoltados, colocaram abaixo as grades de duas celas, a 3 e a 5. O reparo foi feito, mas segundo o detento, ficou uma “gambiarra”.
Foto: Artur Dantas
Soldados do BPChoque entram no Complexo Penal para controlar tumulto.
Ele relata que, na noite desta segunda-feira (22), os presos derrubaram as grades novamente. Hoje, após terem sido retirados das celas, eles teriam colocado abaixo mais duas grades, das celas 1 e 2.
A versão da direção da unidade é que as agressões não existem. No entanto, a imprensa presente no local presenciou o momento em que o apenado que fez as denúncias foi agredido por um policial.
O policial justificou a ação dizendo que o detento, que está no regime semiaberto, teria atirado uma quentinha em um agente penitenciário na noite de ontem (22) e teria "falado besteira" na frente dos repórteres.
De acordo com a diretora da unidade, Tatiana de Lima Saraiva, no Complexo Penal há cinco anos, a situação de conflito desta tarde já foi parcialmente controlada, restando apenas os reparos elétricos para que a energia do prédio seja restabelecida e os detentos retornem às celas.
Ainda segundo a diretora, a "agitação" por parte dos apenados foi explicada porque alguns "indisciplinados " resistiam voltar para a detenção e tiveram que sofrer intervenção dos policias do BPChoque, que entraram no prédio para promover vistorias nas celas e fazer a contagem dos detentos.
Outra reclamação dos presos foi a alimentação. Muitos deles citaram que as marmitas fornecidas pela cozinha do Hospital de Custódia chegam azedas. Três presos, apontados como líderes do motim e que citaram os problemas de agressão e alimentação, foram transferidos para o Centro de Detenção Provisória Raimundo Chaves, no mesmo complexo
A unidade prisional abriga atualmente 150 presos, que estão neste momento alocados em um pátio improvisado. Três deles foram transferidos para o Presídio Provisório Professor Raimundo Nonato Fernandes, que fica ao lado, apontados como os causadores do tumulto.
Fonte: Nominuto.com
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
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