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sábado, 21 de janeiro de 2012

Novo diretor promete desarmar barril de pólvora

Sem determinar prazos ou estipular datas, o novo titular da Coordenadoria de Administração Penitenciária do Rio Grande do Norte (Coape/RN), o coronel reformado da Polícia Militar, Severino Reis, afirmou que irá se dedicar em tempo integral para reverter a situação caótica do Presídio Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta. O militar já foi diretor da unidade prisional durante cerca de seis meses, entre 2009 e 2010, e afirmou conhecer bem os problemas estruturais e de recursos humanos existentes na maior penitenciária do estado. "Esse ímpeto meu, essa característica minha serão utilizadas para a gente superar algumas dificuldades", afirmou o coronel.
Aldair Dantas
Acompanhado do comandante da PM e do novo diretor do presídio, Fábio Hollanda visita Alcaçuz

Indagado sobre como recebeu a notícia a respeito da fuga em massa ocorrida na noite da quinta-feira passada no Pavilhão Rogério Coutinho Madruga, considerado pela Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) como sendo de segurança máxima, coronel Reis afirmou que não se surpreendeu. "A minha experiência de mais de 40 anos me preparou para não me surpreender com determinados acontecimentos. Ali é um barril de pólvora que pode estourar a qualquer momento. O sinistro em Alcaçuz era esperado", destacou. Ele comentou, entretanto, que faltou gerenciamento interno para se antecipar ao fato e evitar a fuga.

A partir de amanhã, uma série de reuniões com atores da segurança pública estadual serão realizadas para discutir quais medidas serão adotadas no presídio. Uma delas, porém, foi antecipada. "Nós iremos fazer um diagnóstico, um levantamento de como está Alcaçuz hoje. Precisamos ver o que precisa melhorar e mudar. Também precisamos verificar o que está sendo bem executado para mantermos e o que precisa ser feito para que algumas regras sejam seguidas", confirmou. Mudanças operacionais e na mão de obra humana que trabalha em Alcaçuz poderão ocorrer.

"Acredito que temos como aumentar o efetivo de agentes penitenciários no presídio. Inclusive, já houve uma determinação da governadora Rosalba Ciarlini para trazermos de volta para Alcaçuz todos os agentes cedidos a outros órgãos, além de convocarmos os que estão de férias", comentou o novo titular da Coape. A partir de amanhã, um levantamento será feito pela administração da Coordenadoria para saber quantos agentes penitenciários estão trabalhando em outras instituições e que estão lotados em Alcaçuz.

Dois dias após ter assumido a pasta, o coronel Reis foi cauteloso nas suas declarações e não fez muitas promessas. "A única que que posso fazer agora é que a situação vai melhorar. Vamos dar atenção especial a Alcaçuz. Vamos tentar fazer com que ali seja um presídio realmente de segurança máxima", destacou. Para isto, o coronel Reis disse que irá dialogar com demais órgãos estaduais para viabilizar este projeto.

Sobre a possibilidade de facilitação na fuga dos 41 homens pelo solário do novo pavilhão, o coronel confirmou que ainda é cedo para afirmar se houve ou não ajuda de alguém. "Será aberta uma sindicância que será transformada em inquérito policial para apurar o que houve na unidade. Está claro que houve falha, mas não podemos fazer juízo de valor neste momento", ressaltou. Ainda como meta da nova coordenação da Coape, será apurar todos os casos de fuga e assassinatos cometidos dentro do presídio. Nos últimos cinco anos, nenhum dos incidentes foi apurado pela Corregedoria.

Polícia recaptura mais um dos foragidos

A Polícia Militar recapturou mais um foragido da prisão de segurança máxima de Alcaçuz na manhã de ontem. Na última quinta, 41 presos fugiram do presídio. Eles respondem por crimes homicídio e assalto a banco. Esta foi a maior fuga registrada no presídio de segurança máxima. Até o início da tarde de ontem, quatro foram recapturados. Jeferson Câmara de França estava na casa de familiares no bairro Vale Dourado, na Zona Norte. A Polícia chegou até ele após denúncia anônima.

Na manhã de ontem, estiveram no presídio o secretário de Segurança e Cidadania, Fábio Hollanda, o comandante-geral da PM, coronel Araújo Silva e o novo diretor do Sistema Penitenciário do RN, coronel Severino Reis, que assumiu após a exoneração do antigo diretor. Fábio Hollanda anunciou que os resultados da sindicância instaurada pela Sejuc sairão 'o mais breve possível', mas não precisou data.

Para o secretário, não houve "um problema de segurança, mas de insubordinação". Há suspeitas de que a fuga tenha sido facilitada. Os portões do novo pavilhão estavam sem cadeado e algumas guaritas desocupadas. A Sejuc diz que Alcaçuz tinha os cadeados. Os agentes dizem que não e que podem provar, através de um memorando com a data do recebimento. No momento da fuga, 11 agentes penitenciários e quatro policiais militares monitoravam os presos. A segurança foi reforçada após a fuga. Agora são 18 agentes e 46 PMs. Todas as guaritas foram ocupadas.

Agentes de Alcaçuz contestam os números. Segundo eles, apenas dez agentes tem permissão para entrar nos pavilhões. Ao todo, 800 presos cumprem pena no presídio. Desta forma, cada agente fica responsável por 80 presos, quando deveriam ficar responsáveis por cinco, conforme a Lei de Execução Penal. Os agentes também tiveram que comprar armas e uniformes. Um deles chegou a gastar R$3,5 mil só com o armamento. Eles temem que a culpa recaia sobre eles.


Fonte: Tribuna do Norte

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