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quarta-feira, 17 de abril de 2013

Refém de assalto em Ponta Negra: “fica sentimento de impotência”


Mesmo respirando a liberdade após horas sob a mira de assaltantes em sua própria casa, no conjunto Ponta Negra, zona Sul de Natal, na noite desta terça, o educador físico Luciano Bezerra da Silva, 50 anos, revela ter ficado com sentimento de impotência diante da violência crescente na capital potiguar. Em entrevista ao portalnoar.com, a vítima revela os momentos de tensão, o medo de que algo acontecesse com a filha, a vontade que teve de ajudar os criminosos a fugirem e toda a negociação para que ele fosse liberto.


Portal No Ar – Em que momento os assaltantes o abordaram?

Luciano Bezerra da Silva – Eu tinha acabado de guardar meu carro na garagem e estava fechando o portão quando eles apontaram uma arma para mim. Mandaram eu entrar, dizendo que era um assalto. Quando entrei, vi que minha filha estava em casa, então fiquei bastante angustiado. Eles nos levaram para o meu quarto e fiquei bastante apreensivo com minha filha, pois não sabemos que tipo de atitudes eles podem ter nessas horas.

Portal No Ar – Como foi que a Polícia notou que estava havendo um assalto em sua casa?

Eles estavam colocando as coisas que iriam roubar no carro que estava fora de casa. De repente, uma viatura passou em frente e percebeu o que estava acontecendo. O rapaz que estava no carro tentou escapar, mas foi preso. Nessa hora os dois que ficaram com a gente nos levaram para os fundos da residência. Eu os levei até o quintal e falei que eles podiam pular o muro. Eu queria que eles fugissem. Tudo o que eu queria naquele momento é que eles fossem embora, não importava de que jeito. Mas eles não conseguiram fugir e então começou a negociação com a Polícia para que se rendessem, pois viram que o assalto não dera certo.

Portal No Ar – Houve algum momento de muita tensão na hora da negociação com os policiais?

O final foi bastante tenso. Eles estavam com medo de que algo lhes acontecesse. Nessas horas a gente vê que, mesmo estando sob a mira de armas, ali estavam seres humanos, com família e tudo mais. A esposa de um deles veio até minha casa, com filho recém-nascido, inclusive. São pessoas que, seja lá porque motivo, acabam tentando ganhar a vida dessa forma tão errada.

Portal No Ar – Qual foi sua sensação ao ver-se livre das mãos dos assaltantes após tanto tempo de tensão?

Primeiro, uma sensação de alívio e de gratidão pelo trabalho realizado pelos policiais na negociação, por ter dado tudo bem. Mas também vem um sentimento de impotência diante dessa violência. Eu nada fiz de diferente de outros dias, agi como sempre faço ao chegar em casa e, de repente, me vejo na mira de uma arma.

Portal No Ar – Depois desse assalto, você pretende se mudar da casa?

Não quero sair daqui. Eu gosto do bairro, gosto da minha vizinhança. O que farei é dar uma atenção maior à minha segurança e à da minha família.

Fonte: Portal no Ar

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