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sexta-feira, 26 de abril de 2013

Ameçado de morte por ex-pm, promotor pede proteção

Argemiro Lima/NJ  
Ney Douglas/NJ













“Isso é coisa daquele Wendell. Vou invadir a promotoria e encher a cara dele de bala”. Foi dessa forma que, na sexta-feira passada, o soldado Wendel Fagner Almeida recebeu a informação de que seria preso por força de mandado expedido pela Justiça. Indignado, o policial direcionou ameaças de morte diretas ao promotor criminal Wendell Bethoven Ribeiro Agra e a um policial federal que atua na Coordenação de Inteligência da Secretaria de Segurança. As informações foram reveladas ontem por outros policiais que presenciaram o caso.

O relato foi feito pela delegada Sheila Freitas, titular da Divisão Especializada em Investigação e Combate ao Crime Organizado (Deicor), em entrevista coletiva Sesed na manhã de ontem.
Segundo ela, o soldado preso foi enfático ao realizar ameaças contra autoridades. A prisão do soldado suspeito de integrar um grupo de extermínio foi cercada por momentos de tensão.

Na manhã da sexta-feira passada, a Deicor solicitou apoio do Batalhão de Operações Especiais (Bope) para prender Wendel Fagner. No conjunto Gramoré – zona Norte de Natal -, aguardaram o início da manhã para dar cumprimento ao mandado. “Estávamos com bastante receio da forma como ele reagiria”, disse a delegada Sheila Freitas. Ela destacou que a participação da Polícia Militar foi fundamental. O soldado teria dito que não se entregaria se apenas agentes da Polícia Civil estivessem presentes.
As ameaças se dividiram em dois momentos. Logo que se deparou com as autoridades policiais, Wendel direcionou as ameaças ao promotor criminal Wendell Bethoven, que não participou das investigações do caso e não estava presente. Em outro momento, o soldado se desentendeu com o agente da Polícia Federal do setor de Inteligência da Sesed. Com a filha nos braços, ele não teria gostado quando o agente deu sinais de que sacaria a arma que portava. Distribuiu gritos e ameaças aos presentes.

O policial militar encontra-se atualmente detido na Penitenciária de Alcaçuz, em Nísia Floresta. Ele e o colega de farda Rosivaldo Maciel, que também foi preso na semana passada, são suspeitos de assassinarem o servente de pedreiro Jackson Michael há um mês no município de Afonso Bezerra, interior potiguar.

As suspeitas remontam a um cenário de ameaças e violência. Wendel já foi apontado anteriormente como responsável da morte, em 2010, da doméstica Francisca Lúcia Lopes, mulher de Jackson. Os casos permanecem sob investigação.

A advogada Kátia Nunes, que representa o soldado Wendel na Justiça, explicou o posicionamento que teve sobre a ameaça ao promotor e ao policial. “Ele foi reformado por sofrer de doença mental. Ele toma remédio controlado e foi um momento de descontrole”, disse. “Ele ficou transtornado, mas depois pediu desculpas e se retratou do que fez”, acrescentou.
Segundo Nunes, o descontrole surgiu por um suposto excesso da polícia. “Eles queriam entrar em uma casa em que não havia mandado”, afirmou a advogada. A defesa acrescentou que entrará com pedido de habeas corpus para solicitar a liberdade do soldado.

A equipe de reportagem do NOVO JORNAL procurou o promotor criminal Wendell Bethoven para que ele comentasse a situação. Por telefone, o promotor informou que está de férias e tomou ciência da ameaça através da delegada Sheila Freitas. A providência tomada foi acionar o Gabinete de Segurança Institucional do Ministério Público. Bethoven preferiu não detalhar quais medidas serão tomadas para incrementar a sua segurança pessoal, se necessário. “Isso faz parte do trabalho. Não foi a primeira ameaça que recebi. Atuo nessa área de Controle Externo da Atividade Policial há um tempo e vez por outra ele [soldado Wendel] aparecia nas investigações”, disse.

Fonte: Novo Jornal

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