A criação de uma Divisão de Homicídios é discutida há muito tempo pelas
autoridades estaduais de segurança pública e anunciada como uma das principais
políticas de enfrentamento à violência. Para o promotor de Justiça, Wendell
Beetoven, que atua na área criminal, a criação da divisão não pode ser a
principal aposta do poder público e cita pontos deficientes para o Ministério
Público (MPRN).
Wendell afirma que “estão apostando a solução do problema na criação da
Divisão de Homicídios, quando deveriam pensar em estruturar as delegacias
distritais. Temos exemplos claros desse sucateamento dos prédios, além da falta
de equipamentos e qualificação profissional. Falta até material de expediente,
que é básico para qualquer repartição. O crescimento da criminalidade tem como
causa a impunidade. A Polícia Civil é incapaz de elucidar os crimes”.
Apesar da crítica, o promotor relevou ser a favor da criação da unidade
especial, contudo, como a própria descrição diz, “investigar apenas casos
especiais e deixar que as distritais façam seu trabalho. As distritais são
essenciais, pois é onde a comunidade se identifica e passa confiança. Se um
crime ocorrer, o cidadão vai passar a informação para aquele policial conhecido
e não para o que vem de uma especializada”.
Ele afirmou que existem diversos pontos que merecem atenção quando se fala em
segurança pública, dando como exemplo o crescente número de homicídios e do
narcotráfico. Porém, o promotor acredita que uma gestão mais eficiente
apresentaria resultados mais positivos.
“O estado se mostra ineficiente quando observamos o baixo investimento em
segurança pública. Devemos criar política séria, embasadas e própria para a
realidade do estado, e não ficar esperando esmola do Governo Federal. Se sabe
que terá despesa, porque não colocar dentro do orçamento ordinário? São questões
que ainda precisam ser melhoradas”, comentou.
Além disso, o promotor citou deficiência na competência do Governo Federal,
em especial no enfrentamento às drogas. “A Polícia Federal possui ótimos
serviços, mas tem uma atuação insuficiente para o tamanho do Brasil. A droga
chega às ruas com facilidade, tornando quase impossível o rastreio. Tem que se
prender na fonte. Falo pela nossa realidade. Recebo poucos inquéritos da PF
referentes ao narcotráfico”, citou Wendell.
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