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quinta-feira, 28 de julho de 2011

Testemunhas do homicídio de agente penitenciário depõem no interior

Os dois amigos do agente penitenciário federal Iverildo Antônio da Silva, morto em uma operação policial na cidade de Campo Grande, prestaram depoimento na terça-feira passada e confirmaram parcialmente a versão dada pelos policiais da cidade. As duas testemunhas confirmaram que o agente penitenciário sacou sua pistola e apontou em direção a um dos militares. As dúvidas sobre as circunstâncias da operação serão esclarecidas durante reprodução simulada, que deve ocorrer na próxima quarta-feira.

De acordo com o delegado Getúlio Medeiros, que preside as investigações, os dois amigos do agente penitenciário - nomes preservados pela Polícia - confirmaram praticamente tudo que havia sido falado pelos três policiais militares que estavam na ocorrência e outras três testemunhas que presenciaram a operação policial. "Bateu com praticamente tudo que já havia sido colhido até agora. Houve apenas algumas divergências que deverão ser esclarecidas no fim da investigação", resumiu o delegado, referindo-se ao momento crítico da operação, quando o agente penitenciário federal foi baleado.

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PM mata agente penitenciário federal em troca de tirosSegundo os policiais, o agente penitenciário sacou sua arma e apontou em direção a eles e todos atiraram durante a troca de tiros. Entretanto, na versão dos dois amigos do agente, apenas o soldado Soares teria atirado, enquanto os outros dois, tenente Costa Silva, comandante do Pelotão de Campo Grande, e o soldado Felipe, teriam se esquivado.

Para o delegado Getúlio Medeiros, a distorção nesse ponto da narrativa pode ter sido uma tentativa dos militares (que não atiraram) de serem solidários com o colega (que atirou). "Os PMs podem ter combinado de afirmar que todos atiraram", diz.

"Vão querer ajudar o amigo e acabam atrapalhando, obstruindo a investigação. Isso é muito infantil, porque a perícia vai detectar tudo, vai dizer quem atirou e quem não atirou. Em vez de ajudar, às vezes pode até atrapalhar o colega", acrescenta Getúlio Medeiros, que espera esclarecer todas essas questões a partir do resultado de exames periciais feitos pelo Instituto Técnico-Científico de Polícia (ITEP) de Mossoró, além da reprodução simulada, que deve acontecer na próxima quarta-feira, em Campo Grande. Lembrando que os dois policiais que disseram não ter atirado, podem ser punidos por isso.

Por enquanto, todos os elementos contidos na investigação apontam para um desentendimento entre o agente penitenciário e soldado Soares, que fez a abordagem inicial ao lado do soldado Felipe. Soares e Iverildo teriam discutido sobre a utilização de um som automotivo.

Os dois militares saíram do local, chamaram o comandante, tenente Costa Silva, e foram novamente à procura do agente penitenciário. Foi justamente nessa hora que Iverildo e Soares sacaram suas armas. Por enquanto, a Polícia ainda não sabe quem sacou a arma ou quem atirou primeiro nem se a vítima atirou mesmo.

Operação será reconstituída

A operação policial realizada na madrugada de sábado passado, 23, em Campo Grande, cidade distante 80km de Mossoró, será reconstituída com base nos depoimentos e provas periciais na próxima quarta-feira, 3, no mesmo horário que aconteceu. A reprodução simulada, como é chamada cientificamente, seria feita ontem, mas foi adiada por falta de estrutura do Instituto Técnico-Científico de Polícia (ITEP) de Mossoró e alguns entraves burocráticos.

A reconstituição será feita por peritos do Itep de Mossoró e peritos da Polícia Federal, que foi acionada para auxiliar nas investigações e tem acompanhado todos os procedimentos feitos pela Polícia Civil.

Além da PF, o Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN) também está acompanhando as investigações. O Depen é subordinado ao Ministério da Justiça e é responsável pela gestão das cinco penitenciárias federais do Brasil.

A reconstituição servirá, segundo Getúlio, para esclarecer inúmeras dúvidas que vêm surgindo no decorrer das investigações. A família do agente defende que ele foi morto com um tiro pelas costas e que não teria atirado nos policiais, diferentemente do que consta em todos os depoimentos colhidos até o momento pela Polícia Civil.

"As versões não mostram isso (dito pela família).

Pelas informações de todos os presentes e a simulação inicial que fizemos, no dia do episódio, somado ao que falaram os dois amigos que estavam presentes, não deixam dúvidas de que esse tiro pelas costas não existiu", destaca o delegado, que espera fazer a reprodução simulada na quarta-feira.


Fonte: Tribuna do Norte

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