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segunda-feira, 24 de maio de 2010

Polícia Civil trata cidadãos com desdém

Não bastasse a dor provocada pelos criminosos e o descaso das autoridades responsáveis por punir essas pessoas, as famílias das vítimas ainda lidam com a ironia dos policiais e um mau atendimento por parte deles.

“Olha, você pode estrebuchar, pode fazer o que quiser, mas se tiver que ser feito alguma coisa, será feito aqui, então, você pode ir pra onde você quiser que não vai mudar nada. Tem que ter paciência e esperar”. As palavras são do delegado Caetano Baumman de Azevedo, segundo Sonali Ferreira de Lima, em uma das poucas audiências que ela diz ter conseguido com o delegado sobre o inquérito que apura a morte do seu pai.

“Outra vez, procurei um policial de lá (1ª DP) e ele disse que não tinha o que fazer e nem o que dizer pra mim. Na verdade, lá, eles falam muito pra tentar enrolar a gente e fazem muito pouco”, desabafa Sonali. O limite do descaso e do desdém é quando a própria polícia orienta as famílias a se conformarem com a impunidade.

“Da última vez que falei com o delegado (Caetano Baumman), ele disse que eu tinha que me conformar, que a morte do meu pai era só mais um caso que ia virar estatística e que eu tinha de me conformar”, afirma Sonali de Lima. A mesma queixa é feita por Alcedejane Ribeiro da Silva, sobrinha de Augusto. “Eles ficam enganando a gente. A gente procura o delegado, ele diz que a culpa é do chefe de investigação. A gente procura o chefe de investigação, ele diz que a culpa é do escrivão, que, por sua vez, culpa ou o delegado o ou investigador e assim vai...”, reclama.

“Tem hora que, sinceramente, da vontade de perder a cabeça e fazer uma besteira. A gente chega a esse extremo porque é difícil demais lidar com essa falta de compromisso de todos eles”, completa Alcedejane. Ela revela que os policiais chegaram ao extremo de pedir que ela e sua avó – mãe de Augusto – investigassem por conta própria o endereço de testemunhas chaves do caso.

“O delegado (Caetano Baumman) disse que a gente fosse atrás desses endereços e trouxesse tudo direitinho pra ele. Como é que pode uma coisa dessas? Chega a ser o cúmulo do absurdo! Imagina eu e minha avó, que é uma idosa, se arriscando dessa maneira?”, diz.

A vereadora Maria das Malhas é mais contida nas críticas e diz que não chegou a sofrer como Sonali e Alcedejane, mas reconhece que faltou empenho dos policiais em elucidar a morte do seu filho, ocorrida há mais de dois anos. “Eles dizem que não podem fazer nada, mas eu acredito que faltou mais empenho deles. Os processos ficam engavetados. Tem hora que penso que vou enlouquecer de tanta dor”, diz.


Fonte: Tribuna do Norte

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