Bem vindos, esta nova ferramenta disponibilizará aos visitantes notícias em tempo real da Segurança Pública do nosso estado, em especial da PM RN.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Juiz concede liberdade a acusados do grupo de exterminio

O juiz Rosivaldo Toscano, titular da 2ª Vara Criminal do Fórum Varela Barca, na zona Norte de Natal, concedeu, ontem, alvará de soltura a Marcos Valerius de Medeiros Dantas, soldado da Polícia Militar; Márcio Valerius de Medeiros Dantas, irmão de Marcos e que trabalhava como segurança; e Everaldo Matias do Nascimento, também segurança. Eles são acusados de matar, em fevereiro deste ano, o caminhoneiro Eufrázio Luz Neto.

adriano abreu
Juiz Toscano decidiu relaxar a prisão dos acusados depois de ouvir as testemunhas do homicídioA decisão pelo relaxamento da prisão aconteceu depois que o magistrado ouviu as testemunhas do homicídio, que aconteceu no bairro de Pajuçara, zona Norte da cidade. Todos, são acusados também de integrar um grupo de extermínio que agia em toda Grande Natal.

“A prisão deles foi pedida com a finalidade de não haver nenhum ato que prejudicasse o andamento do processo, como a coação de testemunhas, por exemplo. Como tudo isso já foi feito não havia necessidade de mantê-los presos”, disse o juiz Rosivaldo Toscano.

A próxima etapa será o oferecimento das alegações finais por parte da promotora Sivoneide Tomás do Nascimento e dos advogados dos acusados. “No início do próximo ano, no mais tardar em fevereiro, é que darei a decisão se os acusados irão à juri popular ou não. Até lá, eles permanecem em liberdade”, explicou Toscano.

Além do PM e dos dois seguranças, é réu no processo o comerciante Eronides Cândido de Oliveira. Ele é acusado de ser o mandante do crime. “Esse pode ser o maior grupo de extermínio que já atuou no estado”, afirmou um policial civil, fonte da Tribuna do Norte no caso. Para se ter uma ideia do grau de periculosidade dos três, só Marcos Valerius seria investigado por envolvimento em mais de 20 homicídios ocorridos todos em 2009, na Grande Natal.

O PM e os três seguranças estavam presos desde o mês de junho deste ano, detidos na chamada Operação Jabulani, deflagrada pela Polícia Civil e que tinha por intenção prender pessoas suspeitas de envolvimento com um grupo de extermínio e com o tráfico de armas.

Segundo a secretaria da 2ª Vara, nesta 1ª audiência foram ouvidas 25 pessoas. Cinco arroladas pelo Ministério Público, 16 arroladas pela defesa dos réus - formada por três advogados - e mais os quatros réus.O advogado de Everaldo Matias, Antônio Carlos de Souza Oliveira, comentou a decisão do juiz. “Depois de seis meses e seis dias, a gente vê mais um ato da polícia que não deu em nada. As pessoas acusam as outras e não pensam no ato e nem na vida daqueles que serão prejudicados, que existem famílias e que isso provoca sofrimento”, disse o advogado.

Antônio Eufrázio foi executado com oito tiros - todos à queima-roupa. O crime teria sido encomendado pelo comerciante Eronildes Cândido de Oliveira há alguns anos, porque ele teria participado de assaltos ocorridos ao comércio do réu.

Tiroteio próximo ao fórum

Três tiros e a situação já tensa no Fórum Varela Barca, onde estava ocorrendo a primeira audiência de acusados de envolvimento em um grupo de extermínio, ficou ainda mais pesada. Os disparos foram feitos em uma rua por trás do Fórum, segundo populares, por policiais da inteligência que buscavam um homem suspeito de envolvimento com roubo de carro.

A ocorrência, conforme informou os policiais militares do Comando de Policiamento Rodoviário Estadual (CPRE), começou em uma barreira policial montada na Ponte de Igapó. Lá, uma caminhonete Montana de cor branca foi apreendida com queixa de roubo em aberto. O condutor do veículo foi interrogado e afirmou que traria o carro para um homem que mora próximo ao Varela Barca.

Segundo os moradores, um carro preto chegou à rua Iracema, por trás do Varela Barca já atirando. Dois homens de bermuda e sem camisa desceram do veículo e prenderam dois homens que estavam na rua. “Um deles a gente não conhece. O outro é menor de idade. Não tem nada a ver com isso. Só correu porque eles chegaram atirando”, afirmou uma testemunha.

A dupla sem camisa que teria chegado atirando na rua faria parte da equipe de inteligência da PM. Além deles, outras seis viaturas do CPRE chegaram ao local e levaram os dois detidos. “Vamos atrás de uma sucata onde o carro recuperado seria desmanchado”, afirmou um dos policiais militares - que não quis se identificar. Nem local da sucata, nem o nome dos detidos foram divulgados pela PM.

No Varela Barca, a segurança foi reforçada por policiais do BPChoque e PMs. Isso, a pedido do juiz Rosivaldo Toscano, titular da 2ª Vara Criminal, que julga o caso.


Fonte: Tribuna do Norte

Nenhum comentário:

Postar um comentário