Inaugurada há mais de 12 anos para funcionar com uma unidade de segurança máxima, a penitenciária Dr. Francisco Nogueira Fernandes, conhecida como presídio de Alcaçuz, está longe de prestar o serviço para o qual foi construída.
É de lá que partem boa parte das ordens do tráfico de drogas na Grande Natal, bem como para as explosões de caixas eletrônicos que têm aterrorizado o Rio Grande do Norte.
E a voz de comando é dada pela célula da facção criminosa paulista Primeiro Comando da Capital (PCC), que possui cerca de 80 membros espalhados por presídios potiguares. É o que revela o coordenador da administração penitenciária do Estado, José Olímpio. Segundo ele, 80% do narcotráfico da região metropolitana da capital é coordenado pela facção.
Além disso, somente neste ano, a unidade prisional foi palco de dois assassinatos praticados pelos próprios detentos com disparos de arma de fogo.
No dia 28 de julho, Antônio Maia dos Santos, o "Baianinho", antigo parceiro de José ValdetárioBenevides, o "Valdetário Carneiro", foi morto enquanto que no dia 24 de abril, a vítima foi o ex-policial militar Roberto Moura do Nascimento, o "Bebeto". Ambos foram mortos a tiros de revólver calibre 38.
Além das duas armas utilizadas nos homicídios, este ano ainda foram encontradas mais duas: um revólver calibre 38 e uma pistola .40, de uso exclusivo das Forças Armadas. A questão é: como estas armas entraram no presídio, que é guardado diariamente por 14 agentes penitenciários e 40 policiais militares? Valores entre R$ 500 e R$ 1.000 pagos à componentes do sistema prisional responderiam a questão.
"Infelizmente, o registro de corrupção entre os que deveriam tomar conta do presídio é muito grande", lamenta o coordenador da administração penitenciária, José Olímpio da Silva. Já o atual diretor da prisão de Alcaçuz, há pouco mais de uma semana no cargo, major PM Marcos Lisboa é mais contundente.
"Eu conheço o sistema por dentro e também sei que não tem como uma arma entrar flutuando no presídio. Entra porque um mau colega que compõe o sistema prisional se corrompe, é claro", aponta o major que há mais de oito anos serve em administrações de presídios do RN, já tendo sido vice-diretor de Alcaçuz, diretor do complexo penal João Chaves e do presídio de Parnamirim.
Fonte: DNonlne
domingo, 21 de agosto de 2011
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